… A esses objetos, dejetos abjetos do que restou de um momento iluminado de sofisticado uso, e que se deteriora muito mais rapidamente, ajuntam-se restos do consumo cotidiano, objetos perdidos que ganham novas dimensões quando pedem parte de sua identidade, ao serem literalmente cobertos com camadas de pigmentos de terra resinados. Chips, baterias, peças de computador, barbeadores, garrafas de plástico e uma infinidade de coisas descartáveis, pervertidas, rejeitadas ao final do uso, matérias tipicamente urbanas da chamada cultura vertical aderem-se a uma nova realidade proposta pela arte, antes domínio da natureza, do pensamento e da língua – a cultura horizontal. Querem a todo custo sobreviver ao assédio do tempo, saltando para o espaço próprio dos seres naturais..
ROBETO VIEIRA: UMA ARQUEOLOGIA DO FUTURO | Márcio Sampaio | Ler Texto Completo