Da plaqueta de cor o artista passa à própria terra. São caixas a mostrar elementos orgânicos em decomposições ou montagens com madeira e argila, As pequenas folhas do jardim, o húmus, os fungos…são retidos não por um discurso sobre a morte, mas sobre a silenciosa e inexorável transformação da vida. Embora enclausurada, suspensa em uma parede, a vida se renova e se impõe sem alarde…talvez a única salvação para o artista. Se as paisagens luminosas e coloridas eram despovoadas, as caixas com hastes de madeira e argila lembram as construções de pau a pique, marcas da presença do homem que trabalha diretamente sobre a terra e com ela se abrigam.

| Maraliz – 1996 |   Ler Texto Completo

…Já não se pode dizer, dessa pintura, que seja só pintura, como antes tinta aplicada a um suporte de madeira. Já não se deve, também, aponta-la como um retrato retocado, avivado, estilizado da paisagem mineira, em suas camadas minerais e vegetais. Tornou-se a própria terra sendo pintada e limitada pelos quatro cantos de uma caixa-moldura com tampo de vidro, presa à parede. Tornou-se, além do mais, uma paisagem que serve só de motivo, de pretexto para que, através dela, o artista analise a estrutura do quadro…

Imagens da Paisagem – Roberto Pontual | Jornal do Brasil – 1979     Ler Texto Completo